Na década de 1990, o Tempra fez bastante sucesso no Brasil, sendo um dos sedãs médios mais comercializados no país. Além do charme e estilo semelhante ao dos carros italianos, ele conquistou o mercado nacional por causa de seu amplo espaço interno e conforto.
Tempra vem do palavra italiana “tempera”, termo que se refere a quem tem temperamento forte. Ou seja, buscava-se representar por meio do nome toda a sua potência mecânica e a imponência visual. Ao longo dos anos, o Tempra foi ganhando novas configurações e acabou tornando-se um queridinho de muitos brasileiros.
O carro de temperamento forte
Antes de chegar ao Brasil, o Tempra já fazia sucesso na Europa. Ele foi lançado na Itália em 1990 e criado para se destacar como uma atualização do Fiat Tipo. O sedã médio entrou no mercado brasileiro um ano mais tarde, chegando para competir com o Chevrolet Monza, Ford Versailles e com o Volkswagen Santana.
Produzido na fábrica de Betim, em Minas Gerais, o Tempra era quase 100% todo nacional. As principais características que fizeram dele um grande desejo de consumo dos brasileiros foram a inclinação do para-brisa e o porta-malas bastante espaçoso. Além disso, era um carro moderno e completo, incluindo ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga-leve e vidros elétricos.
Por fora, o Tempra chamava bastante atenção por ser longo. Por dentro, ele não decepcionava. Além dos itens já citados, os bancos confortáveis abrigavam cinco pessoas tranquilamente, sem precisar que ficassem espremidas. Quem conhece esse automóvel, sabe que espaço era mesmo um de seus grandes diferenciais.
Tempra 16V
O ano de 1993 ficou marcado pelo lançamento do Tempra 16V, o primeiro automóvel do Brasil com motor multiválvulas. No total, eram quatro válvulas por cilindro e o motor 2.0 tinha injeção eletrônica multipoint. Para completar, ele atingia 127 cv e chegava a alcançar 200 km/h. Legal, né?
Em comparação com a versão anterior, o Tempra 16V tinha itens mais modernos e luxuosos. As rodas, por exemplo, vinham com discos de freio, além de ser possível optar pelo ABS. No interior, os compradores podiam optar por bancos de couro, check-control e CD player ao invés do toca-fitas.
Com toda a sua potência e sofisticação, o Tempra 16V era encontrado por um valor relativamente baixo, o que fazia dele um carro bastante competitivo no mercado.
Tempra Turbo e Stile
A Fiat continuou investindo no aprimoramento do Tempra e, em 1994, lançou a versão Turbo desse sedã médio. Os diferenciais dele eram seus faróis extras de longo alcance, painel remodelados e suas rodas iguais às que eram utilizadas no Uno Turbo.
Na versão duas-portas do Tempra Turbo, os motoristas contavam ainda com um motor de oito válvulas e turbina Garrett T3 165 cv. Ah, e não podemos nos esquecer da injeção eletrônica. Ele chegava a 212 km/h e tinha freios redimensionados. Essa configuração fez do Turbo um dos grandes destaques de 1995.
No ano seguinte, em 1995, a Fiat inovou mais uma vez e apresentou ao mercado nacional o Tempra Stile. Ele manteve o motor turbo e tinha como novidade quatro portas. Algum tempo depois, o Tempra Turbo foi substituído pelo Stile, carro que tinha um desenho mais esportivo e ainda mais conforto.
Ah, e vale lembrar ainda que tanto o Tempra Turbo quanto o Stile tinham rodas aro 14.
Fiat Tempra com facelift
Quando 1996 chegou, muitos já previam o fim da produção do Tempra. Mas, antes de que esse dia chegasse, a Fiat anunciou a implantação do facelift, com um sistema de faróis mais baixos e munidos de refletores duplos. Essa novidade fez com que ele tivesse uma iluminação de primeiro nível. Isso ainda incluía lanternas traseiras com uma “bolha” para a luz de ré e direção.
Depois dessa novidade, a Fiat criou novas categorias para o modelo. As versões IE/8v, Ouro/16V e Stile deram origem a SX, HLX e Turbo Stile.
Fim do Tempra e lançamento do Marea
Com o fim do Tempra já quase definido, o modelo lançado em 1998 ainda veio com alguns diferenciais na tentativa de atrair novos consumidores. Ele tinha para-choques semelhantes ao do Palio, uma grade nova, colunas pretas e suspensão dianteira com estabilizador desacoplado do braço transversal.
Apesar dessas e outras novidades, o Tempra perdeu espaço para o Marea, que chegou naquele ano como uma nova geração de Fiat médio. Além de ser mais moderno e mais potente, o Marea em sua versão simples era mais barato que o Tempra.
No final de 1988, a Fiat do Brasil produziu seu último Tempra, o que até causou certa comoção nos fãs do modelo. Em 1999, ainda era possível encontrá-lo nas concessionárias, ou seja, apesar do modelo ser 99, a fabricação era 98. Como era o último ano do Tempra no mercado, houve uma procura maior pelo veículo nas lojas.
O Marea foi comercializado no Brasil entre 1998 e 2008. No entanto, nesse dez anos de história, ele nunca chegou a ser tão popular e adorado pelos motoristas como o Tempra havia sido.
Para quem sente saudades do Tempra, é possível encontrar esse clássico ano 99 sendo revendido na faixa entre os 10 e 15 mil reais.
Qual é a sua opinião sobre o Fiat Tempra? Já teve a chance de dirigir um? Conte para gente nos comentários.