O preço da gasolina costuma ser um assunto polêmico, gerando muitas dúvidas e até mesmo inverdades sobre a forma como o valor fixado nas bombas dos postos são definidos. É importante saber que existem muitas variáveis responsáveis por impactar o preço do litro dos combustíveis, englobando desde o processo de produção até o momento do abastecimento do carro.
Para te ajudar a entender como é calculado o preço da gasolina, nós da Ruff preparamos esta matéria especial com informações relevantes sobre o tema.
Quem regula a comercialização de combustíveis no Brasil?
Desde 1997, quando a Lei do Petróleo entrou em vigor, o monopólio até então presente no mercado de combustíveis no Brasil tornou-se mais flexível. Hoje, as operações do setor do petróleo e de gás natural são reguladas por essa lei federal e também pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em relação à definição dos preços dos combustíveis, é estabelecido que as distribuidoras não podem influenciar os valores cobrados na bomba. Isso significa que os preços fixados nos postos de combustíveis devem ser livres, cabendo ao estabelecimento definir o valor a ser pago pelos seus clientes.
Ao mesmo tempo, existe um conjunto de fatores que pesam na hora de estipular o preço da gasolina. Para chegar até o consumidor final, o combustível passa por todo um processo com custos variáveis com o poder de impactar o valor repassado ao consumidor.
Cadeia de comercialização
Antes de chegar ao tanque dos motoristas, a gasolina percorre um caminho longo de produção e de distribuição. Primeiramente, ela pode ser adquirida tanto no mercado externo quanto produzida internamente. Após passar pelas refinarias, o combustível é encaminhado para as distribuidoras responsáveis pela armazenagem e também entrega da gasolina aos postos de combustíveis.
Nessa cadeia de comercialização, diversos fatores influenciam o cálculo do preço da gasolina. A realização do produtor ou do importador, o valor dos impostos, as despesas com logística e o custo do etanol anidro são as principais variáveis responsáveis por definir quanto você vai gastar para abastecer.
O impacto do tributos
Uma parte considerável do valor da gasolina é constituído por impostos. De acordo com a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), 43% do preço pago pelo consumidor na bomba em agosto de 2018 equivale a tributos. O principal deles é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), uma taxa estadual que pode incidir entre 25% e 35% no valor final da gasolina.
Os outros impostos presentes no cálculo são federais e tributados com base em um valor fixo por litro. No caso do PIS/Cofins, por exemplo, ele corresponde a R$ 0,7925 por litro de gasolina. Já o CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), representa R$ 0,10 do valor do litro da gasolina.
A influência do Etanol Anidro
A gasolina comercializada nos postos de combustíveis é a do tipo C, uma variedade com adição de etanol anidro. De acordo com a legislação vigente, um litro de gasolina deve contar com, no máximo, 27% de etanol. Isso significa que o valor do etanol anidro também impacta o cálculo do preço da gasolina.
As distribuidoras de combustíveis, além de comprar a gasolina, também precisam adquirir etanol anidro dos produtores. Geralmente, ele é fornecido pelas usinas de cana-de-açúcar que produzem tanto o etanol anidro, aquele adicionado na gasolina tipo C, quanto o etanol hidratado, aquele comercializado nas bombas de combustíveis para o abastecimento de veículos.
O valor do etanol anidro pode variar ao decorrer do ano. No período entressafras da cana-de-açúcar, por exemplo, o preço desse componente pode ter uma alta e acabar tendo impacto no bolso do consumidor. Você sabia disso? Além do itens que abordamos até agora, existe ainda um outro influenciador no preço da gasolina: o transporte.
E a logística?
Para sabermos como é calculado o preço da gasolina, não podemos nos esquecer dos custos relacionados ao transporte dos combustíveis. A influência e importância desse quesito ficou bem clara para o consumidor durante a greve dos caminhoneiros no primeiro semestre de 2018. Com a escassez de gasolina nas bombas, foi preciso pagar um valor bem acima do usual para poder abastecer.
O fato principal a ser mantido em mente é o protagonismo do transporte rodoviário no Brasil. Os custos logísticos são elevados e envolvem tanto gastos fixos (seguros, licenciamentos, contratação de motoristas, rastreamentos, rateios operacionais e etc.) quanto gastos variáveis (pneus, diárias do motorista, manutenção elétrica e mecânica dos veículos, treinamentos, combustível e etc.).
A logística, portanto, é um componente essencial da cadeia de comercialização da gasolina e esses custos são repassados para o consumidor final. Vale lembrar ainda que o transporte eficiente e seguro é um investimento indispensável para otimizar e manter o processo de reabastecimento dos postos operando regular e satisfatoriamente.
Você tem alguma dúvida sobre como é calculado o preço da gasolina? Deixe a sua pergunta nos comentários. Não se esqueça de compartilhar esta matéria nas redes sociais.