Segundo anúncio na semana passada, o governo pretende estimular a estocagem de etanol através de medidas provisórias e desoneração da cadeia produtiva. Sua intenção é oferecer condições para que esse combustível seja estocado por pelo menos três meses no processo de produção. De acordo com o ministro Edison Lobão, a possibilidade de taxar a exportação de açúcar para estimular a produção etanol não é prioridade, pois no momento o governo está concentrado em estimular o estoque.
No entanto ainda não se sabe se essas medidas serão eficazes, uma vez que já estamos no período de entressafra e elas seriam mais recomendadas no pico da safra. Dados divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) indicam que as usinas da região centro-sul têm 5,97 bilhões de litros de etanol estocados, representando quase três meses de consumo. Esse valor foi obtido através da diferença entre o total produzido (16,99 bilhões de litros) e o comercializado (11,02 bilhões de litros) durante toda a safra.
Já em relação à importação, foram comprados 591,9 milhões de litros entre janeiro e agosto desse ano pelas usinas. Em comparação, no ano passado foram comprados apenas 74,5 milhões de litros. Isso indica que a escassez desse combustível pode ser evitada, mas infelizmente os preços ainda aumentarão.
Diante desse cenário é possível afirmar que essas novas ações poderão ser muito boas para o próximo ano, controlando o aumento dos preços e evitando uma possível escassez desse produto. Um fator que precisa ser considerado é que com o aumento dos preços o consumo do etanol pode reduzir. Como ocorreu no mês de setembro que, segundo Sindicos, teve queda de 20% no consumo em relação a agosto. Essa demanda menor pode significar um pequeno fôlego e ajudar na questão da estocagem e até dos preços.
No momento devemos esperar e observar os efeitos dessas novas ações. Assim poderemos concluir sua efetividade e aprender com seus resultados. Você acha que a estocagem de etanol trará resultados já nessa entressafra?