O aumento da mistura de etanol na gasolina, de 25% para 27%, começa a valer a partir do próximo dia 16 de março, segundo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. O anúncio foi realizado no dia 04 de março, após uma reunião no Palácio do Planalto que contou com a presença do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, os presidentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e do Fórum Nacional Sucroenergético.
“Acabamos de assinar a resolução Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima) estabelecendo o aumento da mistura do etanol na gasolina, a partir do dia 16 de março, para o porcentual de 27%. Essa é uma operação em que todos ganham – ganha o produtor, ganha o mercado, ganha o sistema de abastecimento de energia no Brasil e ganha com certeza o nosso arranjo produtivo”, disse Braga à Agência Estado, após a reunião.
De acordo com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Agricultura, Kátia Abreu, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, que também acompanharam de perto as discussões, o Brasil possui um bilhão de litros de etanol estocados e com a decisão do governo será possível liberar esse estoque. “Esses 2% a mais da mistura significará um bilhão de litros por ano de etanol no mercado e o resultado disso é muito mais do que um resultado financeiro para o setor de etanol”, afirmou Kátia à Agência Estado.
O governo poderia optar por um percentual de 18% a 27,5%. Os produtores de açúcar e álcool haviam solicitado o limite máximo, mas as dificuldades na medição do 0,5 ponto percentual limitaram a mistura a 27% e apenas para a gasolina C. No caso da gasolina premium, a mistura permanece com 25% de etanol.
Como será o consumo?
Segundo o engenheiro da Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE Brasil), Francisco Satkunas, a nova mistura pode ampliar o consumo do veículo em até 4% e o consumidor terá que encher o tanque com mais frequência. “Você vai ter um combustível inferior. Toda vez que se adiciona etanol, o consumo aumenta e o rendimento energético cai”, afirmou o especialista.
Outro ponto abordado pelo engenheiro é que a nova mistura pode causar problemas aos automóveis movidos somente a gasolina – importados e antigos. Com o novo teor de etanol na gasolina, esses veículos poderão apresentar deterioração nos componentes, dificuldades em dar a partida e falhas posteriores.