O estudo técnico sobre o impacto do aumento de 25% para 27,5% de etanol na mistura com a gasolina será discutido no dia 21, sexta-feira, em uma reunião comandada pela Casa Civil. O evento terá representantes dos ministérios das Minas e Energia, do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, lideranças da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), do Fórum Nacional Sucroenergético e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) .
Para embasar a mudança do porcentual de adição de álcool na gasolina, o governo contratou, em junho desse ano, o Centro de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para realizar um estudo capaz de avaliar, por meio de análises, o impacto da nova mistura nos motores da frota nacional. O objetivo era verificar se a alteração prejudicaria carros e motocicletas movidos exclusivamente a gasolina.
No encontro, o governo deve apresentar os estudos técnicos que mostraram que o aumento não traz risco para os motores dos veículos, uma exigência das montadoras para concordar com o pleito dos usineiros.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ficou responsável por verificar os estoques de etanol hidratado no Brasil e a previsão de produção para a Safra 2015. Dados que irão auxiliar o governo a definir o período de vigência da nova mistura.
Em entrevista à Agência Estado, o diretor do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia do MAPA Cid Caldas afirmou que o aumento é uma decisão do governo. Só depois da aprovação final da presidente Dilma Rousseff, será publicada uma portaria que regulamenta a alteração.
O aumento de 2,5 pontos porcentuais é uma reivindicação do setor sucroalcooleiro para reaquecer o segmento. A elevação da mistura de etanol na gasolina será uma forma de compensar as perdas acumuladas pelos produtores devido ao preço da gasolina, controlado pelo governo.