Com o isolamento social devido a pandemia do novo coronavírus, as pessoas continuam sem sair de casa, mantendo um baixo movimento no comercio. Por isso, segmentos estão sendo afetados e sem previsão de melhoras. Esse é o caso do setor automotivo.
No início do ano logo no começo da pandemia, o cenário já era ruim por causa do fechamento de fábricas de fornecedores chineses. Agora a situação está mais agravante, com as linhas de montagem de automóveis não funcionando no Brasil desde março. Foi praticamente nesse período que começou a pandemia da COVID-19 por aqui.
Se você deseja saber o que estava planejado antes do coronavírus, além do que já mudou nos projetos dos fabricantes e distribuidores, esse texto é para você. Confira!
Previsões do início de 2020
Inovação e ampliação dos diferenciais de tecnologia. Essas eram as apostas dos fabricantes para terem maior participação no setor automotivo de 2020.
Dentre as previsões, era esperado o lançamento de modelos com mais autonomia e menos cobrança dos motores. Além de utilizarem mais fibra de carbono, o que deixaria o carro mais leve pela redução do peso bruto.
Algumas fabricantes, já tinham sinalizados aprimoramento dos mecanismos de eficiência energética dos chassis. Como também aumento da oferta de carros elétricos e introdução de carros movidos a biocombustíveis.
Para os amantes da integração entre tecnologias, o ano tinha começado com uma promessa desejada há tempos: novos recursos que facilitariam a ligação do veículo com celulares e conexão direta com a internet feita do próprio carro.
A previsão também incluía a tecnologia dos freios automáticos. Esse mecanismo serve para melhor dirigibilidade e teriam inclusos novos sensores para identificar pedestres ou obstáculos próximos.
E em relação a números comerciais, o setor automotivo, estava otimista. Em fevereiro de 2020, a Fiat Crhysteler previa 2,8 milhões de veículos leves novos no país.
O aumento continuo do dólar no primeiro trimestre do ano já era uma preocupação para as montadoras, que sabiam que teriam que reajustar os preços do carro devido à desvalorização do real. Isso é pelo motivo que aproximadamente 40% dos componentes do automóvel vem do exterior.
O impacto do coronavírus no setor automotivo
Primeiro na China, depois pela Europa, e foi aí que todo o setor automotivo mundial começou a baixar as previsões otimistas do início do ano. Por medidas de segurança ou falta de peças, montadoras interromperam linhas de produções nos Estados Unidos e por diversos países da Europa.
Eventos essenciais para a área como os famosos Salões que acontecem em diversos países no mundo, começaram a ter suas datas adiadas e posteriormente canceladas.
A perda de produtividade foi outro fator que sentiu o impacto do coronavírus, se a desaceleração de produção no setor automotivo já estava acontecendo nos últimos anos, após a pandemia houve a paralisação em todas as plantas. Em mais de 60 anos desde o começo da produção de carros no Brasil, nunca houve tão pouco carros produzidos em um único mês. Foram menos de 2 mil veículos produzidos, para comparação no mesmo mês no ano passado, a produção passou a marca de 260 mil segundo a Anfavea. Acompanhando a queda de produção, a venda de carros novos no país também teve uma queda. Em comparação a abril de 2020 com abril de 2019, houve uma queda de 76%
Essa diminuição na venda pode ser reflexo dos reajustes de preços para o consumidor. Com a combinação da queda da demanda e alta do dólar, as montadoras não veem outra solução que não seja o reajuste dos preços nos veículos para cobrir as despesas.
O que as marcas dizem?
A volskwagen deu uma declaração sobre o assunto para a revista VEJA: “O impacto da oscilação cambial vem obrigando a empresa a repassar parte dos custos para o preço final dos veículos”.
Outras empresas, como a GM também já mexeu em seus preços, e aumentou os valores de toda a linha em 4%. Assim, o modelo de entrada e o mais vendido do país, o Onix Joy, agora custa mais de 50 mil reais. E as previsões não são otimizadas, além da crise da pandemia, também há a desvalorização do dólar de quase 40% desde janeiro de 2020.
O que os especialistas dizem?
Os especialistas no setor, já preveem que os efeitos do coronavírus no setor automotivo podem ficar por um longo tempo e a recuperação pode acontecer só daqui 3 anos. Seguindo as previsões de vendas, para 2020 não deve passar de 2,3 milhões de unidades, bem abaixo do número conquistado em 2019: 2.665.583 unidades.
O Setor automotivo pelo mundo
No Brasil, como vimos, a situação apesar de negativa, parece estar estabilizada, já no país vizinho Argentina, parece que o que estava ruim está ficando cada vez pior.
Em abril até então, era previsto que o mercado argentino teria uma queda de 41%. Com nova projeção é esperado que a queda ultrapasse 45%.
Os dois maiores mercados do mundo China e Estados Unidos, já estão reabrindo as concessionárias. Sendo assim é esperado o início da recuperação no setor. Já na Europa o cenário ainda é de retração.
Lembrando que na China, as vendas de automóveis que ultrapassam um milhão, caíram para uma média de 200 mil por mês nos primeiros meses do ano, consequência da pandemia.
Foi apenas o país ter um mês de respiro, que o número de vendas mensal atingiu recorde: 1,4 milhão de veículos. A justificativa para tal número, pode ser pelos chineses terem receio de fazer parte de aglomeração no transporte público, muitos optaram pela compra de um automóvel.
Seja no Brasil ou em qualquer outro país do mundo, o setor automotivo passa por uma crise sem igual em sua história. A previsão de melhoras é só para daqui 3 anos, quem pagará pelo aumento dos preços será o consumidor final.
Mas e para quem já tem um carro?
Se você já possui um automóvel, o aumento dos preços em carros novos pode te ajudar a vender o seu carro usado, já que é esperado que aumente a procura por alternativas mais baratas aos modelos de concessória. Já se você não tem a intenção de vender, e está preocupado em como deixar que seu carro continue bem cuidado mesmo parado na garagem, você pode conferir o artigo que preparamos para você.
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