A quilometragem de carros usados ainda é adulterada com frequência. O intuito é elevar o preço na hora da venda, afinal, carros com quilometragem baixa valem mais. Para identificar um odômetro adulterado, é preciso observar vários detalhes. Veja algumas dicas para não ser enganado:
Sempre exija o manual
O mais adequado é não comprar um veículo usado sem ver o manual do proprietário. Nele está registrado o histórico de manutenção, revisões, etc. Esse é o começo para você fazer uma conta e descobrir em média quantos quilômetros o antigo proprietário percorria por ano. Obtendo esses dados e a idade do veículo, é possível ter uma ideia se a marcação do odômetro está proporcional.
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Verifique os Pneus
Sempre verifique a data de fabricação dos pneus e se todos são iguais e da mesma marca. Um jogo de pneus de um carro comum dura em média 30 mil km. Se o veículo estiver com quilometragem menor que 30 mil e com pneus novos, desconfie!
Desgaste
Alavanca de câmbio, pedais e volante ficam lisos com o tempo. Além disso, os bancos podem ter as costuras desgastadas e perder densidade, mas dificilmente isso ocorre antes de 80 mil km. Nos casos de carros populares o volante pode ter desgaste já aos 30 mil km.
Componentes
É possível olhar por dentro das caixas de roda para ver se os amortecedores são novos. Embreagem boa também conta pontos no carro, mas são trocadas entre 40 e 60 mil km.
Histórico
Quando o carro passa por uma vistoria de seguro a quilometragem vai para uma base de dados acessada pelas seguradoras e por empresas que verificam o histórico. Consultar a situação do carro custa cerca de R$ 40 e pode mostrar se a quilometragem foi adulterada.
Como ter certeza?
Para ter certeza da quilometragem adulterada, é necessário remover o painel e verificar se os lacres foram violados. Em modelos de veículos mais modernos a quilometragem original fica registrada no módulo e pode ser acessada por scanners de concessionárias e oficinas especializadas.
Quais medidas tomar?
A quilometragem adulterada pode ser enquadrada como estelionato ou seguir o artigo 66 da Lei n° 8078/1990, que rege os direitos do consumidor, como afirmação falsa ou enganosa, ou omissão de informação relevante sobre natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
A pena pode ser de três meses a um ano, além de multa. O consumidor deve fazer a denúncia em alguma delegacia, que certamente investigará o caso e analisará o veículo em perícia para confirmar ou não a fraude, e entrar com ação na Justiça para reparação de danos.
