Dia 27 de julho é o Dia do Motociclista. Pensando nesse dia especial, vamos falar sobre os riscos do cerol para quem anda de moto e mostrar que os equipamentos para impedir acidentes custam muito pouco e podem salvar vidas.
As férias escolares já estão no fim, mas nem por isso os motociclistas devem relaxar nos cuidados contra o cerol, a mistura de cola e vidro moído aplicada nas linhas das pipas.
O uso desses materiais já foi proibido por lei, mas mesmo assim eles continuam sendo utilizados durante o ano todo, representando um enorme perigo principalmente para quem anda de motocicleta, já que em contato com a pele o cerol pode cortar como uma navalha.
Somando a fiscalização precária com o aumento da frota de motocicletas, o resultado é que o número de mortes em acidentes de trânsito com motos no Brasil aumentou 263,5% em 10 anos, de acordo com dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), criado pelo Ministério da Saúde. Em 2011, foram 11.268 mortes no país, contra 3.100 usuários de motos mortos em 2001.
Mas as linhas cortantes não são ameaça apenas para os motociclistas, mas também para pedestres, ciclistas, paraquedistas, praticantes de voo livre e até pássaros.
Proteção é acessível
Para evitar os riscos do cerol, o motociclista deve recorrer a acessórios bastante acessíveis que estão disponíveis no mercado.
Fácil de encontrar e bastante eficiente, a antena anti-cerol, que é instalada no guidão, retém e corta a linha antes que ela atinja as pessoas que estão na moto. Os preços variam entre R$ 10 e R$ 80. O uso desse equipamento se tornou obrigatório em agosto do ano passado na Resolução 356 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
A segunda opção é o protetor de pescoço, uma espécie de gola alta e avulsa feita de nylon ou de neoprene, cuja parte frontal possui, internamente, cordões de aço ou tiras de kevlar, que impedem o contato da linha com a pele; algumas variedades incluem máscaras ou toucas para proteção do vento e da poeira. Nas lojas consultadas, o item sai por R$ 50 a R$ 68, dependendo do modelo.
Segundo especialistas, as antenas são mais indicadas porque evitam que a linha venha de encontro ao corpo do motociclista, mas algumas motos, como as superesportivas, não permitem sua instalação, por causa do desenho do guidão. Por outro lado, a proteção cervical é ineficiente se a moto não possuir a antena e a linha atingir a região abaixo do pescoço; daí a importância de se pilotar sempre usando jaqueta e luvas.
O que fazer em caso de acidentes
Em caso de acidentes com linhas cortantes, a recomendação do Corpo de Bombeiros é ligar para o 193 e colocar um pano limpo sobre o ferimento, fazendo uma compressão de forma a reter a hemorragia até a chegada do socorro.
Em São Paulo, a Lei nº 12.192, de 2006, prevê multa de cinco Unidades Fiscais (Ufesp), no total de R$ 96,85, para quem for flagrado utilizando linhas cortantes. O infrator pode responder também pelo crime de Lesão Corporal (Artigo 129 do Código Penal) ou Homicídio Culposo (Artigo 121), se houver a morte da vítima. Caso o infrator seja menor de 18 anos, os pais serão responsabilizados criminalmente.