Já sabemos que diversos fatores estão influenciando na oferta e na demanda de combustíveis no país. Como já comentamos várias vezes aqui, a demanda tem aumentando bastante por causa do crescimento da frota flex brasileira, correspondendo entre dois milhões a três milhões de unidades por ano. Com isso, a necessidade de importar cada vez mais combustível tem aumentado, sendo que a produção não tem feito o mesmo. Para se ter ideia, a última refinaria inaugurada começou a funcionar em 1980 e por conseqüência a capacidade de produção nacional não evoluiu como o consumo.
Um grande fator que também tem influenciado na importação de gasolina é a oferta e os preços de etanol. Além de também sofrer com a demanda por causa da frota brasileira, o etanol teve uma queda de produção de 19% devido a problemas climáticos e canaviais envelhecidos. Com isso, os preços elevaram e várias pessoas passaram a abastecer com gasolina. Então para aumentar a disponibilidade de etanol, o governo mudou a regra da mistura de etanol na gasolina de 25% para 20%, aumentando ainda mais o consumo de gasolina.
Dessa forma já em 2010 o Brasil precisou importar 505 milhões de litros de gasolina pelo valor de US$ 284,7 milhões. Com a tendência de aumentar mais, 413 milhões de litros já foram importados nesse ano, custando US$ 330,3 milhões. Para controlar essa situação existem previsões de novas refinarias no Plano 2011-2015, a Petrobrás deverá investir 35,3 bilhões nesse projeto. No entanto, especialistas afirmam que o país começará a suprir essa demanda só em 2015 que seria quando as novas refinarias começariam a dar resultados.
Mesmo assim, a oferta e a demanda ainda não estarão em equilíbrio, o que pode significar a necessidade de importar certa quantidade de combustível. Diante dessa situação o Brasil terá que importar cada vez mais gasolina nos próximos anos, até que a situação seja amenizada como prevista em 2015.
Atualmente o Brasil possui 12 refinarias em operação, produzindo cerca de dois milhões de litros por dia. Com os novos projetos da Petrobrás a intenção será de produzir mais 1,46 milhão de barris diários até 2020, uma vez que as plantas estejam prontas. Sendo esses projetos as refinarias: Abreu e Lima (PE), Comperj (RJ), Premium I (MA) e Premium II (CE). A boa notícia é que as duas primeiras têm previsão de iniciar suas operações em 2015 e as outras, que seriam destinadas a exportação, já serão utilizadas para outra função.
Essas previsões parecem boas, mas se pensarmos que o crescimento da economia do país pode continuar dessa forma, a demanda também aumentaria nesse mesmo ritmo. Por isso, é preciso prever esses fatores e fazer projetos para que esse problema de abastecimento não seja prolongado além do estipulado.