O superaquecimento do motor é um dos problemas mais graves e sérios que pode acontecer em um automóvel. Além do dano material causado pelas altas temperaturas, ele também leva a prejuízos econômicos, visto que pode derreter as peças e até fundir o motor — e nada disso é barato para ser substituído. Portanto, por essas e outras razões, todo motorista deve tomar o cuidado para evitar o superaquecimento do motor.
Para te ajudar a “passar reto” por esse obstáculo, elaboramos um texto sobre o que é e como funciona o sistema de arrefecimento do carro; sobre as possíveis causas que levam ao aumento de temperatura; como identificar e agir diante desse problema e quais as medidas mais eficazes para evitá-lo. Confira!
O que é o Sistema de Arrefecimento e como ele funciona?
Antes de aprendermos a como agir corretamente nas situações de superaquecimento do motor, o primeiro passo é entender o que é o sistema de arrefecimento de um carro e como ele funciona.
A queima de combustíveis que acontece dentro do automóvel gera um calor tão grande que, se não for controlado, pode derreter e deteriorar acessórios do veículo. Para isso não acontecer, entra em ação o sistema de arrefecimento do carro, que esfria esse calor da combustão e mantém a temperatura ideal de 90ºC.
“Arrefecer” significa “esfriar” ou “provocar o esfriamento”. E esse sistema é composto por um conjunto de peças que, de forma sincronizada, trabalham para impedir que o motor superaqueça.
Peças e materiais do sistema de arrefecimento
Manter a temperatura a 90ºC é um trabalho complexo, que depende da combinação e do bom desempenho de uma série de acessórios. São eles: radiador, mangueira, válvula termostática, bomba d’água, ventoinha, vaso de expansão e líquido de arrefecimento, que é composto 50% de água desmineralizada e 50% de aditivo à base de etileno glicol (é possível comprar a água e o aditivo separadamente, como também adquirir a mistura já pronta).
E como todo esse time atua? O líquido percorre a parte interna do motor pelas mangueiras até chegar ao radiador, responsável por fazer a troca de calor entre o ar atmosférico e o líquido. O movimento do líquido é gerado pela bomba e o fluxo controlado pela válvula termostática, que bloqueia a “água” quando o motor esfria e libera quando o motor esquenta muito. O vaso de expansão é a peça plástica que armazena o líquido e que checamos para saber se o volume está correto; e a ventoinha atua na refrigeração do motor, direcionando ar “frio” como um ventilador.
Conhecer as peças do sistema de arrefecimento é muito importante porque nos ajuda a identificar as causas do superaquecimento do motor (veremos isso a seguir) e nos orienta em relação às medidas preventivas.
Causas do superaquecimento do motor
Acabamos de ver que o sistema de arrefecimento do motor é garantido pelo bom funcionamento de várias peças ao mesmo tempo. Mas, se uma delas apresentar falhas ou danos, todo o sistema sentirá o efeito e perderá a capacidade de manter o carro em temperaturas ideais.
Essas são as falhas mais comuns nos acessórios do sistema de arrefecimento que podem levar ao superaquecimento dos carros:
- A válvula termostática travar na posição fechada e impedir o fluxo de água fria para resfriar a temperatura do motor.
- A bomba d’água apresentar vazamentos ou ter uma de suas pás desgastadas e, assim, não conseguir impulsionar a água na velocidade ideal.
- As mangueiras rasgarem ou apresentarem furos, levando à diminuição do volume do líquido por vazamento e, consequentemente, da pressão na parte interna do material. Com baixo volume e baixa pressão, o fluxo da água desacelera e o líquido evapora com mais facilidade e não resfria.
Além disso, outra razão muito comum do aumento de temperatura do motor é a falta do fluído no reservatório (vaso de expansão), muitas vezes causada pela falta de checagem do motorista.
Como identificar o superaquecimento do motor e o que fazer nessa situação?
O carro dá pistas de quando o motor está aquecido e é extremamente importante o motorista estar atento a elas.
Esses sinais são:
- Luz acesa no marcador de temperatura no painel;
- Vazamento de água azulada ou avermelhada no chão;
- Barulho de ventoinha ligado com frequência e por muito tempo;
- Fumaça saindo pelo capô do carro – em situações mais críticas.
Se um desses sinais for identificado com o automóvel em movimento, pare imediatamente e espere 40 minutos para fazer a checagem do nível da água do radiador — esse é o tempo recomendado para a tampa esfriar e não causar queimaduras ao tentar abrí-la. Se o nível de água estiver baixo, é necessário fazer a reposição do líquido com o motor do carro ligado e em marcha lenta para não causar choque térmico. Feito o procedimento, leve o veículo o mais rápido possível a uma oficina.
Consequências do superaquecimento do motor
Uma das primeiras consequências é o derretimento da junta do cabeçote em função do alto calor. A deterioração dessa peça leva ao comprometimento do desempenho do motor, uma vez que o cabeçote é o responsável pela administração da entrada e saída de gases e combustíveis e também pela definição do formato da câmara de combustão. Esse acessório pode custar até R$2.500, se for um carro popular, e até R$ 10 mil, no caso de carros importados.
Mas fundir o motor (ou seja, derreter o motor) é, sem dúvida, o pior que pode acontecer. Mesmo que seja mais raro, esse derretimento só vai acontecer se o motorista insistir em rodar com o carro aquecido e não se preocupar em fazer o reparo necessário para corrigir o problema.
Dicas de prevenção
Para evitar os males do superaquecimento é importante adotar medidas preventivas e de cuidado com o seu carro. Especialistas indicam fazer a checagem do nível do líquido uma vez por semana e abastecer sempre com o produto certo (a mistura de aditivo com a água desmineralizada), porque sua composição é feita e pensada para evitar que a água congele ou evapore. Colocar apenas água de torneira não é uma medida aconselhável e só deve ser feito se for em casos de emergência. Deve ser encarada como uma opção paliativa apenas para chegar à oficina.
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